Celibato, mitos, verdades e mentiras


 

Celibato, mitos, verdades e mentiras


Fonte: Corazones
Autor: Padre Jordi Rivero
Tradução: Rogerio Hirota


Celibato

Etimologia: Latim Caelibatus, Vida Solteira


Definição: É não estar casado e em serviço a Igreja, um compromisso de não casar-se. A Igreja faz distinção entre o Celibato de leigos e o celibato eclesial. Em ambos os casos se escolhe livremente, por razões religiosas permanecer solteiro.


A Igreja sempre teve grande estima pelo celibato  já que o Próprio Senhor Jesus Cristo foi Celibatário. Ele é o modelo da perfeição humana. Há quem se opõe pensando que não podemos imitá-lo. Estão equivocados. A verdade é que Jesus Cristo sendo Deus, assumiu verdadeiramente a natureza humana sendo igual a nós em tudo menos no pecado. Ele nos dá a graça para viver, mesmo sendo homens, seu amor sobrenatural. Jesus disse:


" Quem puder entender que entenda ".


Jesus claramente recomendou o celibato como entrega radical de amor pelo Reino dos Céus.


Mateus 19 Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda.


São Paulo era celibatário e incentivava a seguir esta forma de vida:


Quisera ver-vos livres de toda preocupação. O solteiro cuida das coisas que são do Senhor, de como agradar ao Senhor.O casado preocupa-se com as coisas do mundo, procurando agradar à sua esposa.A mesma diferença existe com a mulher solteira ou a virgem. Aquela que não é casada cuida das coisas do Senhor, para ser santa no corpo e no espírito; mas a casada cuida das coisas do mundo, procurando agradar ao marido.


Digo isto para vosso proveito, não para vos estender um laço, mas para vos ensinar o que melhor convém, o que vos poderá unir ao Senhor sem partilha. Se alguém julga que é inconveniente para a sua filha ultrapassar a idade de casar-se e que é seu dever casá-la, faça-o como quiser: não há falta alguma em fazê-la casar-se.


Mas aquele que, sem nenhum constrangimento e com perfeita liberdade de escolha, tiver tomado no seu coração a decisão de guardar a sua filha virgem, procede bem. Em suma, aquele que casa a sua filha faz bem; e aquele que não a casa, faz ainda melhor.A mulher está ligada ao marido enquanto ele viver. Mas, se morrer o marido, ela fica livre e poderá casar-se com quem quiser, contanto que seja no Senhor. Contudo, na minha opinião, ela será mais feliz se permanecer como está. E creio que também eu tenho o Espírito de Deus. (I Corintios 7,32-40)


O celibato leigo já era praticada já na Igreja nos primeiros séculos. Os homens celibatários eram chamados " continentes" e as mulheres "virgens". Também eram conhecidos como ascéticos.


O celibato eclesial foi um desenvolvimento lógico aos ensinamentos de Cristo sobre a continência. (Mateus 19,10-12). É um dos conselhos evangélicos.


Nos primórdios da vida religiosa se encontram relatos da pratica do celibato voluntário pelo Reino de Deus. O celibato era uma das características dos primeiros ermitãos e um requisito nas primeiras fundações monásticas baixo. São Pacômio (c. 290-346).


O Papa Calixto II, no Concilio de Latrão, em 1123 promulgou o celibato como requisito para todo o clero do rito romano. ( Os maronitas e os armênios, sendo católicos orientais permitem homens casados na ordenação sacerdotal, mas não permitem que contraiam matrimonio aos que já foram ordenados).


O Concilio Vaticano II chama o celibato de "dom precioso da graça divina dada a alguns pelo Pai para que se dediquem com mais facilidade a Deus com um coração indivisível em virgindade ao celibato. Este meio perfeito para o amor do Reino do céu tem sido considerada com grande estima pela Igreja como um sinal e um estimulo de amor e como uma fonte singular de fertilidade espiritual no mundo." (Constituição da Igreja, 42).


Tambem digo que o celibato é o primeiro dos conselhos evangélicos a serem colocados em pratica pelos religiosos e digo que " é um símbolo especial dos benefícios celestiais. Para os religiosos é uma forma efetiva de dedicar-se com todo o coração ao divino serviço e aos trabalhos do apostolado" (decreto sobre a Renovação da Vida Religiosa,12).


Celibatários e Casados se complementam


O Padre Cantalamessa, pregador do Papa advoga por uma consciente integração dos carismas do celibato e do matrimonio, de maneira que os casados e os celibatários não vivam rigidamente separados um dos outros, senão de forma que se ajudem e exortem mutualmente a crescer. Disse:

< Não é certo que se isolem do outro sexo ou das famílias, para quem não é casado, será sempre uma emboscada e uma obscura ameaça. Pode ser que não tenha produzido ainda uma aceitação livre, alegre e definitiva da própria vocação, mais isto também se aplica a quem está casado>.


<O mais belo que podemos fazer...é renovar nosso " Reme aqui" e o nosso "Sim". Não com uma " resignada aceitação ", mas com o mesmo desejo e a paciência de Maria na anunciação>/


Diante das criticas contra o celibato


Um artigo em Miami Herald comentava que o famoso boxeador Mohamad Ali, para chegar a sua melhor forma, se mantinha em abstinência sexual por períodos de até um ano. É peceptível que enquanto o mundo admira este compromisso feito pelo esporte, critica como "antinatural" o celibato sacerdotal, opção pelo Reino dos Céus. Parece-me então que o que se critica não é bem o celibato mas o fato de existir pessoas que assumam um compromisso tão sério com Deus. Pelo boxe todos aceitam, mas se é por Deus se considera uma perigosa atitude fanática para a mente.


É normal que um homem mundano, que vive dominado pelas paixões, veja o celibato como uma repressão e até um perigo. Mas o celibato vivido santamente é uma doação total de nosso amor por Deus e por todos. Sem fé e sem graça não se pode viver o celibato, e muito menos deve se tornar sacerdote.


Mitos


1- O celibato é o causador de abuso sexual


O celibato não tem relação com nenhum tipo de abuso muito menos sexual. De fato os abusos sexuais ocorrem também entre os homens casados. (Jenkins, priest and Pedophilia). Na população em geral, a maioria dos abusadores são homens heterossexuais que abusam de crianças. também existem mulheres que abusam de menores.


O perfil do abusador sexual de menores não é de um adulto normal que é atraído eroticamente por crianças por causa de uma abstinência. ( Fred Berlin, "Compulsives Sexual Behaviors"in addiction and compulsion Behaviors [Boston:NCBC, 1998); Patrick J. Carnes, "Sexuais Compulsion: Challenge for Church leaders" in addicion and compulsion, Dale O'Leary, "Homosexuality and Abuse").


2- Se permitissem o casamento dos sacerdotes evitaríamos que eles cometam abusos sexuais.


Não, a incidência de abusos sexuais não está centralizada nos celibatários como quer colocar a mídia. Pelo contrário, são pessoas doentes que não estão aptos para serem sacerdotes e nem homens casados. Que mulher gostaria de casar-se com um homem sabendo que é um abusador sexual?

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